Nesta quinta-feira (25), a Justiça negou o pedido de prisão de Elson Dias Gonçalves, 31 anos, feito pelo Ministério Público. Ele é autor confesso das facadas que mataram Felipe De Moraes Rita, 38, na madrugada de 24 de abril deste ano, na Rua Anaurelina Coden Portela, no Bairro São João. A reportagem teve acesso com exclusividade ao vídeo do momento em que o crime aconteceu.
A família e amigos ficaram revoltados com a negativa da prisão e com a alegação de que o autor teria agido em legítima defesa, pois o crime teria sido muito brutal.
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O irmão de Felipe Rita, Wiliam Moraes, se manifestou por nota repudiando o resultado do pedido de prisão.
"Na tarde de hoje a Justiça de Santa Maria indeferiu o pedido de prisão, feito pelo Ministério Público por entender que o crime não preenche os requisitos para a prisão preventiva de Elson Gonçalves Dias. Após essa decisão o autor do crime publicou um vídeo nas redes sociais dizendo que a Justiça disse que ele poderá responder em liberdade e continua afirmando que agiu legítima defesa. Em razão disso, a família que contratou um escritório de advocacia para atuar como assistente de acusação juntamente com a promotoria resolveu dar publicidade ao crime a fim de que a verdade sobre os fatos sejam esclarecidos e que as pessoas após assistirem tirem suas próprias conclusões", diz a nota.
O caso foi investigado pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP). Gonçalves foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, com os agravantes de motivo fútil e dificuldade de defesa da vítima. O delegado Marcelo Mendes Arigony não solicitou a prisão do investigado, pois acredita que não havia motivos para a preventiva.
— Concluímos o inquérito indiciando por homicídio qualificado, mas sem representar pela prisão preventiva. O fato é gravíssimo, mas precisamos atender ao devido processo legal. Os requisitos da prisão cautelar não estavam presentes. Mesmo que houvesse pedido de prisão, o judiciário não decretaria - afirma Arigony.
O advogado Christiano Pretto, que trabalha na defesa de Gonçalves foi procurado pela reportagem, mas não quis se manifestar. Desde o primeiro contato com a defesa, o advogado afirma trabalhar com a tese de que o cliente agiu em legítima defesa para se proteger e para proteger a ex-companheira da vítima.
— Só nos manifestamos no processo — afirmou Pretto.
O crime
Felipe De Moraes Rita foi morto com pelo menos oito golpes de faca por volta das 2h30min da madrugada de 24 de abril, na casa da ex-companheira. Eles haviam terminado o relacionamento há cerca de 20 dias, mas segundo familiares, seguiam tendo contato. Elson Dias Gonçalves estava na casa dela quando Felipe chegou ao local e os dois entraram em luta corporal.
Felipe foi morto no pátio da casa. Após o crime, Gonçalves fugiu e se apresentou à polícia no dia seguinte. A Brigada Militar foi chamada, isolou o local e acionou a Polícia Civil.